O porquê da necessidade de pingar colírio no exame de vista é uma dúvida de grande parte da população. Para que servem os colírios? É realmente necessário utilizá-los?
Durante o exame de vista de rotina, há pelo menos três momentos nos quais pode ser necessária a utilização de colírios:
- Refração
- Exame de biomicroscopia e fundo de olho
- Aferição da pressão intraocular
Por que instilar colírio durante a refração?
No primeiro deles – refração – o médico oftalmologista instila o colírio, quando indicado, com objetivo de paralisar o músculo ciliar. Esse músculo localiza-se posterior à íris e tem a função de alterar a conformação do cristalino (lente natural do olho) provocando a acomodação. Assim, conseguimos focar em objetos próximos e distantes! Quando o músculo ciliar contrai, o cristalino se torna mais esférico e isso permite que vejamos objetos próximos. Ao contrário, quando o músculo se relaxa, o cristalino fica menos esférico fazendo com que enxerguemos objetos distantes. Entretanto, esse mecanismo natural do olho pode interferir no exame para avaliação do grau. Então, em alguns casos, utiliza-se o colírio para cicloplegia (paralisia do músculo ciliar), que também possui efeito de midríase (dilatação da pupila). Assim, após o uso dos colírios, haverá embaçamento da visão para perto devido paralização do músculo ciliar.
Por que instilar colírio durante o exame de biomicroscopia e fundo de olho?
Durante esses exames, o médico oftalmologista realiza a avaliação das estruturas anteriores e posteriores do olho. Nesse momento, se indicado, é instilado colírio para dilatação da pupila. Entretanto, se o paciente já foi dilatado no exame de refração, não há necessidade de utilizar o mesmo colírio novamente! A dilatação da pupila facilita e permite melhor avaliação do cristalino e se houver, da catarata. Além disso, favorece a realização do exame de fundo de olho, avaliação do nervo óptico e da retina. Dessa forma, leigamente, quanto maior a pupila, maior a área que poderá ser avaliada.
Por que instilar colírio durante aferição da pressão intraocular?
Nesse momento, mede-se a pressão intraocular através de um aparelho chamado tonômetro. Para tal, o aparelho deve realizar um leve toque na superfície da córnea. Assim, como a córnea (parte transparente mais externa do olho) é muito inervada e qualquer toque pode ser muito incômodo, utiliza-se nesta hora um colírio anestésico para não haver desconforto para o paciente. Posteriormente, o médico instila mais uma gota de colírio – desta vez do corante fluoresceína. Esse, por sua vez, permite (ao ser exposto a luz azul) a visualização através do microscópio das senoides, curvas que denotam o valor da pressão intraocular.
E aí, alguma dúvida sobre por que pingar colírio no exame de vista?
Bibliografia: Conselho Brasileiro de Oftalmologia – CBO
Dra Denise Takahashi CRMMG 78705 / RQE 54658